Já ouviu falar em estrabismo? O nome pode não ser familiar, mas com certeza você conhece. Também conhecido como “vesguice”, esse problema de visão acontece quando um ou os dois olhos não conseguem se posicionar normalmente e sofrem desvio para dentro, para fora, para cima ou para baixo. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o estrabismo atinge 4 em cada 100 pessoas no mundo. Nesse artigo, vamos percorrer estes assuntos para explicar essa condição, que pode se manifestar nos primeiros meses de vida, nas crianças maiores e também nos adultos.
O que é?
É um transtorno nos músculos oculares que atinge o paralelismo entre os dois olhos, que focam em sentidos desiguais. Enquanto um olho fixa em um ponto, o outro desvia involuntariamente para outro. Esses desvios podem acontecer sempre no mesmo olho (monoculares) ou intercalar entre um olho e outro (alternantes). Ainda podem aparecer ocasionalmente, quando são chamados de intermitentes, ou podem ser latentes, quando visível apenas sob condições específicas, como em uma fotografia, por exemplo.
De acordo a direção do movimentos dos olhos, este problema de visão pode ser:
- convergente (esotropia) – quando um ou os dois olhos se voltam para a parte interna;
- divergente (exotropia) – quando um ou dois olhos se movem para fora;
- vertical (hipertropia) -quando se movimentam para cima ou para baixo.
Causas
Nossos olhos são controlados por músculos, comandados pelo cérebro através de impulsos nervosos. Para que se mantenham em equilíbrio, esses músculos devem atuar em sincronia, mas alguns fatores podem danificar essa corrente e causar o estrabismo. Dentre eles:
- Hereditariedade
- Hipermetropia
- Doenças oculares (catarata congênita)
- Doenças infecciosas (meningite, encefalite)
- Diabetes e alterações na tireoide
- Doenças neurológicas como AVC, paralisia cerebral
- Trauma ocular direto ou na região da cabeça;
- Baixa de visão prolongada em um dos olhos;
- Cirurgias oculares, de face ou neurológicas.
Sintomas
Os sintomas dependem da idade em que esse problema de visão se manifesta. A visão dupla ou diplopia, um dos principais indícios do estrabismo, não costuma ser relatada em crianças pequenas porque conseguem omitir a imagem formada pelo olho com desvio. No entanto, esse desuso tem consequências e pode acarretar em uma perda progressiva da visão, condição chamada de ambliopia.
Outros sintomas frequentes são:
- olhos cruzados;
- olhos que não se alinham na mesma direção;
- perda da percepção de profundidade;
- movimentos oculares descoordenados;
- dor de cabeça;
- torcicolo (pelo hábito de inclinar a cabeça para ver melhor).
Tratamentos
Para tratar este problema de visão é preciso corrigir suas causas. Um resultado rápido e eficiente depende também de um diagnóstico precoce. Os tratamentos variam de acordo com a idade e as características do estrabismo.
Nas crianças, o primeiro passo é corrigir a visão e portanto o tratamento pode prever o uso de óculos, exercícios para fortalecer os músculos e tampão para estimular o olho com desvio – principalmente em casos de ambliopia (olho preguiçoso).
A cirurgia também pode ser uma alternativa, indicada caso o problema de visão continue mesmo após a tomada de medidas para corrigir as causas do estrabismo. Ela é recomendada para moderar desvios de grande ângulo, incluindo atenuar a estética.
Alguns casos podem ser resolvidos com aplicação de toxina botulínica (Botox), que é menos invasiva do que a cirurgia e oferece bons resultados em tipos específicos de estrabismo como desvios de pequenos ângulos, paralisias agudas do nervo, entre outros.
Não existe idade adequada para a correção do estrabismo, mas os efeitos são invariavelmente melhores quando o tratamento é iniciado o mais cedo possível. A ausência de cuidados adequados pode levar até à perda de visão do olho afetado por isso, não hesite! Em caso de dúvidas, busque a orientação de um especialista.
Fontes:
https://drauziovarella.uol.com.br/doencas-e-sintomas/estrabismo/https://imo.com.br/estrabismo-o-que-e-tipos-e-tratamento/
